A Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA), através do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), finalizou o dossiê sobre a importância da igreja matriz do Bom Jesus de Piatã, originária do início do século XVIII e considerada de elevado valor histórico, arquitetônico e artístico. No próximo domingo (15), equipe da Secult-BA/IPAC visita a cidade para anunciar o envio do dossiê para o Conselho de Cultura (CEC), que decide sobre o tombamento definitivo da antiga edificação. A Secult-BA também fará uma cerimônia de entrega da restauração dos altares e imagens sacras da igreja, depois de um ano e oito meses de obras.
Restauração da Igreja Matriz de Piatã. Foto: Ipac |
A cerimônia reunirá o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça; o prefeito da cidade, Edwilson Marques; o padre Samuel, representando a Igreja Católica; representantes de prefeituras da Chapada Diamantina; além de técnicos estaduais e municipais e moradores da região. Em abril do ano passado (2012), quando o IPAC iniciou a restauração na igreja, a agenda de obras aumentou mais que o acordado inicialmente. Para isso, especialistas e marceneiros mantiveram-se em revezamento constante para terminar os trabalhos, que são detalhados e complexos.
“A capela original é do terceiro quartel do século XVIII, mas a construção tem características do século XVII, além de inovações feitas depois nos séculos XVIII e XIX”, diz o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça. Além de dois altares laterais e dois colaterais, a equipe estadual restaurou 10 imagens sacras com suportes em gesso, madeira e pedra, policromadas ou douradas. Cancelos em madeira, arcaz (arca com gavetões) da sacristia, tocheiras (grandes castiçais para tochas), esquadrias e o baldaquino (dossel em colunas) da fachada também passaram por restauro completo. Durante as obras, foram organizadas visitas da comunidade local aos trabalhos, com seminaristas e estudantes guiados por restauradores do instituto.
DESCOBERTAS – Na igreja matriz foram descobertas pinturas do ‘barroco popular’ das quais não se sabia da existência. “Os altares apresentam estilo raro no Brasil. Os elementos são diferentes de outras igrejas barrocas do país”, informa a subcoordenadora de Restauro do IPAC, Káthia Berbert. Querubins, anjos, atlantes (figuras masculinas) e cariátides (femininas) com fisionomia nordestina, representando a população local, complementam esse figurativo singular. “Na ornamentação, encontramos aves e frutas típicas da região”, comenta a restauradora.
Localizada a cerca de 570 km de Salvador, Piatã foi criada a partir da antiga Povoação de Bom Jesus dos Limões, situada em caminho aberto pelo desbravador Pedro Barbosa Leal em 1725, que ligava as atuais cidades de Rio de Contas e Jacobina. A igreja matriz está numa das extremidades da Praça Vigário Souza, cujo casario primitivo foi alterado. No fundo da igreja, existe um antigo cemitério e um vale. De lá, se tem uma bela vista das serras de Santana e da Tromba, que circundam a cidade.
Serviço - Informações sobre tombamentos de imóveis, na Gerência de Patrimônio Material do IPAC, via telefone (71) 3116-6742 e e-mail gemat.ipac@ipac.ba.gov.br. Sobre restaurações, na Coordenação de Restauro de Bens Móveis e Integrados (Cores) do IPAC, via telefone (71) 3117-6387 e e-mail cores.ipac@ipac.ba.gov.br. Dados sobre outras ações do IPAC no site www.ipac.ba.gov.br
Assista entrevista exclusiva na TV IPAC com o Gerente de Patrimônio Material (Gemat) do IPAC, Luiz Viva: http://migre.me/gXr2P.
Cronologia da Igreja Matriz de Piatã:
1726 – João de M. Barros faz, nesse ano, doação do terreno para o patrimônio da capela (1).
1730 – Segundo documento de 1888, o povoado se formou por essa época, em função da abundância de ouro de suas minas. Por esse tempo, construiu-se a Capela do Bom Jesus (2).
1793 -É feito o “Compromisso da Irmandade do Senhor Bom Jesus Menino, erecta na capella do mesmo Senhor nas Minas do Rio das Contas, pertencente na era de 1731 à Freguesia de Santo Antônio do Urubu e mais tarde à SS. Sacramento das Minas do Rio de Contas” (3).
1842 – Em 25/V, a Lei nº 169 erigiu em matriz a Capela do Bom Jesus, conjuntamente com as de N. Sra. de Maracás e S. Sebastião do Sincorá. A lei determinava que os habitantes ficavam obrigados a construir as respectivas igrejas e dotá-las com as alfaias necessárias (4). Em 4/XII foi feita a reforma do Compromisso da Irmandade do Bom Jesus, sendo a igreja transformada em Matriz e cedida ao bispado (5). Nessa época devem ter sido feitas obras no edifício. O salão, que superpõe esta sacristia, com beiral beira-seveira, parece datar dessa época, enquanto o corpo simétrico é do final do século.
1726 – João de M. Barros faz, nesse ano, doação do terreno para o patrimônio da capela (1).
1730 – Segundo documento de 1888, o povoado se formou por essa época, em função da abundância de ouro de suas minas. Por esse tempo, construiu-se a Capela do Bom Jesus (2).
1793 -É feito o “Compromisso da Irmandade do Senhor Bom Jesus Menino, erecta na capella do mesmo Senhor nas Minas do Rio das Contas, pertencente na era de 1731 à Freguesia de Santo Antônio do Urubu e mais tarde à SS. Sacramento das Minas do Rio de Contas” (3).
1842 – Em 25/V, a Lei nº 169 erigiu em matriz a Capela do Bom Jesus, conjuntamente com as de N. Sra. de Maracás e S. Sebastião do Sincorá. A lei determinava que os habitantes ficavam obrigados a construir as respectivas igrejas e dotá-las com as alfaias necessárias (4). Em 4/XII foi feita a reforma do Compromisso da Irmandade do Bom Jesus, sendo a igreja transformada em Matriz e cedida ao bispado (5). Nessa época devem ter sido feitas obras no edifício. O salão, que superpõe esta sacristia, com beiral beira-seveira, parece datar dessa época, enquanto o corpo simétrico é do final do século.
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